Autor de importantes livros sobre
estratégia e competitividade, há três décadas Michael Porter vem difundido uma
série de conceitos no cenário empresarial.
Maximiano (2006)
afirma que “o entendimento das forças competitivas de um ramo de negócios é
fundamental para o desenvolvimento da estratégia”.
Assim, Serra, Torres
e Torres (2004) afirmam que a análise do ambiente externo pode ser realizada
por meio do modelo de cinco forças da competitividade, desenvolvido por Michael
Porter na década de 70.
O modelo possibilita
analisar o grau de atratividade de um setor da economia. Este modelo identifica
um conjunto de cinco forças que afetam a competitividade, dentre os quais uma
das forças está dentro do próprio setor e os demais são externos.
Porter
judou a inovar os conceitos de estratégia, principalmente para a área
industrial. Na obra Estratégia Competitiva definiu as cinco
forças competitivas:
- Rivalidade
entre os concorrentes;
- Poder
de barganha dos clientes;
- Poder
de barganha dos fornecedores;
- Ameaça
de novos entrantes;
- Ameaça
de produtos substitutos.
Toda
estratégia competitiva lida com modificação de regras de mercado a favor da
empresa. Porter também abordou sobre o conceito de cadeia de valor , segundo
ele “toda empresa é uma reunião de atividades que são executadas para projetar,
produzir, comercializar, entregar e sustentar o produto. Todas estas atividades
podem ser representadas, fazendo -se uso de uma cadeia de valores”.
Para
Porter toda cadeia de valor é regida por:
- logística
interna (tudo aquilo necessário para produzir)
- produção
ou provisão
- logística
externa e distribuição
- marketing
- pós-venda
Estratégia emergente x antecipada
O
conceito de estratégia emergente ganha força, já que é muito complicado
configurar uma estratégia com antecipação. “Não sairá certo, porque o mundo muda
o tempo todo”, diz Porter. “Na estratégia emergente, em vez de se antecipar, a
empresa experimenta, aprende, faz a sintonia fina e, com o tempo, a estratégia
emerge. Isso contrasta com a escola do design estratégico.”
Em
toda empresa, de acordo com o estudioso, existe a noção de que é preciso
continuar aprendendo e tendo insights sobre o mercado, além de fazer os ajustes
da estratégia, pois ela não deve ser rígida. “Grandes empresas continuamente
aprendem e melhoram como tornar sua estratégia mais eficaz. Mas é raro uma
empresa ter sucesso sem ter um insight inicial sobre como pode ser diferente,
distinguir-se no mercado. É difícil que isso venha só com a experimentação.”
Eficácia
operacional não é estratégia
Para o especialista
tanto eficácia operacional como estratégia são essenciais para o desempenho
superior, que, afinal, é o objetivo primordial de todas as empresas. Mas elas
atuam de formas diferentes. “O papel do administrador é entender essas melhores
práticas e trazer as mesmas para a empresa. Isso não vai te trazer vantagem
competitiva se for feito isoladamente. A melhoria dessas práticas são
necessárias,mas não suficientes”. Ele explicou que se você não for bom na execução
das suas práticas operacionais, a sua estratégia não vai servir para nada.
Quanto melhor for a sua estratégia, melhor o seu desempenho.
A eficácia
operacional significa ter um desempenho melhor do que os seus rivais nas mesmas
atividades. Abrange a eficiência, mas não se limita apenas a esse aspecto; diz
respeito a quaisquer práticas pelas quais a empresa utiliza melhor o insumo. Em
contraste, o posicionamento estratégico significa desempenhar as atividades
diferentes das exercidas pelos rivais ou desempenhar as mesmas atividades de
maneira diferente. “Eficácia seria como fazer a mesma corrida, mais rápido. E
estratégia, correr um caminho diferente”, exemplifica.
Porter enfatizou que
os concorrentes conseguem imitar com rapidez as técnicas gerenciais, as novas
tecnologias, as melhorias nos insumos e as formas superiores de atender às
necessidades dos clientes. “As soluções mais genéricas são as de mais rápida
difusão”. A competição com base na eficácia operacional desloca para fora a
fronteira da produtividade, elevando os padrões para todos os participantes. No
entanto, embora acarrete melhorias absolutas na eficácia operacional, essa
modalidade de competição não gera aprimoramentos relativos para qualquer
concorrente. O professor explicou que a competição baseada apenas na eficácia
operacional é mutuamente destrutiva, levando a guerras de desgaste que terminam
apenas com a limitação da competição. O resultado é uma competição de soma
zero, com preços estáticos ou declinantes e pressões de custo que comprometem a
capacidade das empresas de investir no longo prazo do negócio.
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